Já parou para pensar em quantas escolhas você fez até hoje? Centenas? Milhares? A cada instante, parece que estamos diante de bifurcações invisíveis, tomando decisões que nos moldam. O que comer, com quem conversar, o que sentir, como reagir. Parece infinito. Mas e se eu te dissesse que todas essas escolhas, sem exceção, podem ser reduzidas a apenas duas? Sempre duas. Ir para cima ou para baixo. Escolher o espírito ou a matéria.
"Entre cada pensamento seu há um intervalo de silêncio. Nesse intervalo está a chave para todas as escolhas conscientes."
Vídeo complementar: A Ciência da Consciência (recomendado)
Essa não é apenas uma metáfora espiritual. É uma chave para compreender a existência. A tradição filosófica indiana, por exemplo, ensina que o ser humano é composto por sete partes — um sistema chamado constituição septenária. Três superiores, ligadas ao espírito. Quatro inferiores, vinculadas à matéria.
Triângulo Superior
- Essência Divina
- Intuição Superior
- Consciência Pura
Quaternário Inferior
- Corpo Físico
- Energia Vital
- Emoções
- Mente Racional
O triângulo superior representa o que é eterno em nós: nossa essência divina. Já o quaternário inferior abriga aquilo que é transitório: corpo, energia vital, emoções e mente. E é entre esses dois mundos que vive o ser humano. Um campo de batalha silencioso onde a consciência escolhe, momento a momento, para onde olhar.
Veja só: quando você sente dor, sua consciência se volta para o corpo. Se está cansado, ela se fixa na energia. Se está triste, mergulha nas emoções. Se está preocupado, prende-se à mente. Mas o que é essa consciência que se move de um veículo a outro, como uma luz que viaja pelos cômodos de uma casa?
Exercício Prático:
1. Feche os olhos por 30 segundos
2. Observe: você está sentindo algo no corpo agora?
3. Agora observe: que pensamentos estão passando?
4. Pergunte-se: quem está observando tudo isso?
Ela é o que você realmente é. Não o corpo, não a mente, não os sentimentos. Mas a testemunha silenciosa de tudo isso. Uma centelha viva daquilo que as religiões chamam de divindade, alma ou espírito. Um olho que observa, mas que não é o que vê. Um foco que habita todos os níveis da experiência, mas não se prende a nenhum.
E é justamente entre o céu e a terra que se dá a nossa vida interior. Cada decisão, por menor que pareça, é uma alavanca que move esse elevador. Quando escolhemos reagir com raiva, descemos. Quando buscamos a compreensão, subimos. Quando nos entregamos ao egoísmo, caímos. Quando agimos com amor desinteressado, nos elevamos.
"Toda escolha é um altar. Toda ação é uma oração. Toda decisão é um voto que você dá: para a luz ou para a sombra."
E esse processo não acontece apenas nos grandes momentos. Ele está nas entrelinhas do cotidiano. Nas palavras que escolhemos, nos pensamentos que cultivamos, no tempo que dedicamos àquilo que é essencial. A verdadeira espiritualidade não se revela apenas nos rituais — mas no modo como tratamos os outros quando ninguém está olhando.
Mas quem faz essas escolhas? Quem move essa consciência para cima ou para baixo? Esse "você" que decide não é o corpo, nem os sentimentos, nem o intelecto. É algo além. E é aí que a pergunta mais profunda surge:
Quem é você?
Você já se perguntou isso de verdade? Já se sentou em silêncio, não para procurar respostas, mas para escutar a si mesmo? Já deixou de se identificar com o que sente, pensa ou sofre — e tentou simplesmente observar?
"Você não é o que sente, pensa ou faz. Você é o que observa tudo isso em silêncio."
Esse é o mistério. Esse é o despertar. A consciência é a semente divina dentro de você, capaz de florescer até se tornar árvore cósmica. E esse crescimento depende de uma única coisa: da direção para onde ela escolhe olhar.
Prática Diária:
Antes de dormir, pergunte-se:
- Para onde minha consciência esteve voltada hoje?
- Que escolhas me elevaram?
- Que decisões me afastaram do essencial?
Não julgue - apenas observe com curiosidade amorosa.
Portanto, não se engane. Todas as escolhas que você já fez — e todas que ainda fará — são apenas variações da única escolha real que existe:
Espírito ou matéria? Subida ou descida? Lembrança ou esquecimento?
Sua vida inteira pode ser recontada com base nisso. Cada momento, uma encruzilhada. E a consciência, como uma gota de luz, flutuando entre mundos, crescendo a cada escolha luminosa, regredindo a cada escolha inconsciente.
Quem está fazendo a escolha neste exato momento?
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